quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Meia Maratona, inteira loucura... - Parte 1

"Todas as coisas importantes são realizadas com o coração despreocupado"
Ramtha


14 de agosto de 2005. Com certeza uma data histórica na minha vida, e não por ser dia dos pais, até porque meu filhão só viria 2 anos depois. Este foi o dia em que a corrida entrou no meu sangue, e apesar de não estar em atividade (mas voltando, me esperem...), acredito que nunca mais deixarei de correr. A IX Meia-Maratona do Rio de Janeiro foi para mim um "divisor de águas".
Desnecessário dizer que a véspera foi pura ansiedade, um misto de preocupação e alegria. Dormir foi difícil, mas acabei pegando no sono na insistência mesmo. Em mente eu repassava o percurso, visitando o site da prova, escolhendo o local onde iria abandonar meu corpo, despojado de vida. Isso mesmo, apesar de "ser louco, não sou insano", e tinha decidido e combinado com minha esposa que só correria 10km, metade da prova, o que por si só já é uma distância respeitável, ainda mais para alguém em forma como eu, "Forma de Barril" é claro. Esta marca me deixaria lá pelo fim da av. Atlântica, o que seria "perto" do metrô, isso se eu tivesse pernas para chegar lá. Quanto ao clima, fiquei animado, pois antes de dormir vi que o tempo estava nublado e em alguns momentos caia uma pequena chuva, o que seria muito bom em comparação com o nosso Rio 40 graus.
No domingo acordei bem disposto e cheio de gás, minha esposa me deu carona até São Conrado, me desejou boa sorte, meu deu um beijaço e disse que iria me esperar em casa, pois já que eu não ia completar a prova, não seria necessário ela me esperar na linha de chegada. Quando cheguei vi que a decisão de voltar a correr, ainda mais uma prova tão bonita como a Meia do Rio, foi mais do que acertada. O clima de camaradagem e festa era contagiante. No meio de tanta gente, eis que encontro um amigo meu que trabalhou comigo na Tema, o famoso Daniel "butterfly" Bezerra, mundo pequeno mesmo hein! A espera da largada que seria as 9h da manhã (culpa da Globo, depois eu explico), o céu que estava com umas poucas nuvens, foi clareando e o astro Rei foi logo mostrando sua cara. Putz! minha primeira meia seria mesmo com sol na moleira, mas como dizem: "já que se está na chuva, melhor se molhar" ? quer dizer, se queimar, rsrsrs. Já conformado, fui reparando nas figuras que estavam por lá, e posso dizer que o que não falta é diversidade de estilos. Tinha os corredores "techs", cheios de parafernálias como MP3 no braço, podômetro amarrado no tênis e por aí vai... Como não podem faltar, lá estavam também a turma das fantasias, e tem de tudo, podem crer. As que mais me chamaram atenção, foram o homem-planta, com uma roupa coberta de folhagem e a dupla dinâmica, Batman e Robin, saídos de alguma imitação de gibi da DC Comics, apesar que estavam mais para o seriado protagonizado por Adam West.
Ouço o locutor iniciar a contagem regressiva para a largada, 10, 9, 8...3, 2, 1 e dá-lhe buzinasso anunciado a largada. Foi uma festa linda, a galera gritando, cantando, alguns chorando (confesso, tive que me segurar nessa hora), todos "correndo" em direção a largada. Quase 14mil atletas dividindo um único sonho, completar a prova. Demorei um pouco mais que 7 minutos para ultrapassar a linha de largada, pois o "correndo" na verdade é impossível para o povão que vem de trás, já que se afunila na largada por conta do tapete-sensor para registrar o a passagem do chip que lhe garantirá a tomada de tempo ao final da prova.
Animado com o cenário da praia de São conrado, deixei que o "Borboleta" fosse a frente, pois vi que estava mais condicionado do que eu, e que se tentasse acompanhá-lo, não chegaria nem no meio da Av. Nimeyer.
CATZO!!! O que é a Nimeyer? vou parar por aqui e voltar em outro post, pois só a Niemeyer foi uma aventura para mim, e com certeza o lugar onde mais descobri sobre mim mesmo... do que eu realmente sou feito...

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

A primeira vez, a gente nunca esquece...

"Quando os pés batem na estrada, só eles sabem onde a estrada acaba. Não você."
Bilbo Bolseiro.

Antes que aqueles de mente "pobre" (categoria que as vezes me incluo) pensem besteira, esta "primeira vez" refere-se a minha primeira meia-maratona, hehehe...
Quando se fala em meia-maratona, estamos falando de 21.097,5 metros, aproximadamente 21,1 km.... mais especificamente a distância percorrida de São Conrado até o Aterro do Flamengo.
Para quem ainda não conhece, estou falando sobre a charmosa Meia-Maratona do Rio de Janeiro de 2005.
Fico pensando em como relatar o que aconteceu, mas a verdade é que esta corrida foi a decisão mais inconsequente, louca e satisfátoria da minha vida, nesta ordem. Caindo na real, acredito que hoje eu não repetiria a loucura cometida em correr uma prova de rua sem o mínimo preparo. Havia algo mais que 8 anos, que não praticava nenhuma atividade física regular, e decidido a retornar a boa forma, resolvi começar a correr provas de rua. O fato é que decidi começar logo por uma meia-maratona, e para agravar mais ainda a situação, a decisão foi tomada na semana da prova, com nada menos que 16Kg acima do meu peso ideal, em resumo, OBESO. Desnecessário dizer que o meu condicionamento físico se comparava ao de um paquiderme em idade avançada se dirigindo ao cemitério de marfim. Bem, meu "treino" para prova consistiu em 3 dias de esteira, percorrendo 10 km, intervalando caminhada, trote e corrida leve, e sofrendo com uns 100 exercícios abdominais. Já não sastifeito em cometer esta loucura, eis que nosso amigo aqui, "o esperto", cometeu um erro comum entre os iniciantes de corrida de rua. Comprei um tênis novo para a prova de domingo, e fiz isso na véspera. Nem preciso dizer que tive problemas posteriores a prova, mas nada muito grave. Obviamente aproveitei a bela desculpa de consumir carboidrato antes da prova, e encarei uma bela macarronada. É, mesmo no sofrimento ainda arranjamos tempo para algumas "glórias". Chegamos ao dia "D", um belo e ensolarado domingo escaldante.
Bem, vou contar a história da prova em outro post, porque acho que como eu, a maior parte da galera não gostam de posts longos.

Até lá!!!

Correndo pelas palavras...

Andei me perguntando porque pessoas tem esse desejo insano de escrever um Blog. O que as leva a "desperdiçar" aquele tempo precioso, em que poderíamos estar realizando algo mais útil, teclando mensagens, contando histórias e/ou estórias ou simplesmente divagando pela teia mundial.
Eis que acordo um belo dia, e me vejo pensando em criar eu mesmo um Blog, HAHAHA!!! E sobre o que exatamente eu falaria? CARAMBA!!! A gama de assuntos que vieram a mente foi assustadora.
PENSAMENTO, êita palavrinha perigosa. Já que o desejo (este vil sentimento que se apodera de nossas ações senão for duramente combatido) estava instaurado e enraizado, achei que mal não faria em criar um Blog (espero não me arrepender, hehehe).
Mas voltando ao assunto, falar sobre o que? Sobre meu filho? até seria bacana, e quem sabe um projeto para o futuro. Sobre a desigualdade social? É, me incomoda muito e quem sabe um Blog a mais não faria diferença, e mesmo que não faça, seria um ótimo veículo para "colocar as coisas para fora" (no bom sentido é claro). Decidi mesmo é falar sobre superação. Traduzindo melhor, falar sobre CORRIDA. O esporte mais antigo do mundo, pois com certeza o home de neanderthal botava "sebo nas canelas" quando se via ameaçado pelas espécies monstruosas daquela época.
Pois é! Estou de volta ao belo "vício" de correr. Após um longo hiato, quase que um ano e meio, sem praticar nem cuspe a distância, em um arroubo de resolução de fim de ano, e com o "agravante" de me preparar melhor para a vida de pai, resolvi voltar a rotina sacrificante dos treinos e me planejar para o sofrimento das corridas de rua. A meta, é claro, é concluir uma MARATONA, ou seja, coisa de maluco mesmo. 42.195 metros de puro martírio infernal e delecioso. Se vou conseguir? Só Deus, minha força de vontade (que as vezes me falha, já que sou humano) e minhas pernas é que dirão. Até lá, resolvi discorrer sobre esta mais nova louca aventura.