"Todas as coisas importantes são realizadas com o coração despreocupado"
Ramtha
Ramtha
14 de agosto de 2005. Com certeza uma data histórica na minha vida, e não por ser dia dos pais, até porque meu filhão só viria 2 anos depois. Este foi o dia em que a corrida entrou no meu sangue, e apesar de não estar em atividade (mas tô voltando, me esperem...), acredito que nunca mais deixarei de correr. A IX Meia-Maratona do Rio de Janeiro foi para mim um "divisor de águas".
Desnecessário dizer que a véspera foi pura ansiedade, um misto de preocupação e alegria. Dormir foi difícil, mas acabei pegando no sono na insistência mesmo. Em mente eu repassava o percurso, visitando o site da prova, escolhendo o local onde iria abandonar meu corpo, despojado de vida. Isso mesmo, apesar de "ser louco, não sou insano", e tinha decidido e combinado com minha esposa que só correria 10km, metade da prova, o que por si só já é uma distância respeitável, ainda mais para alguém em forma como eu, "Forma de Barril" é claro. Esta marca me deixaria lá pelo fim da av. Atlântica, o que seria "perto" do metrô, isso se eu tivesse pernas para chegar lá. Quanto ao clima, fiquei animado, pois antes de dormir vi que o tempo estava nublado e em alguns momentos caia uma pequena chuva, o que seria muito bom em comparação com o nosso Rio 40 graus.
No domingo acordei bem disposto e cheio de gás, minha esposa me deu carona até São Conrado, me desejou boa sorte, meu deu um beijaço e disse que iria me esperar em casa, pois já que eu não ia completar a prova, não seria necessário ela me esperar na linha de chegada. Quando cheguei vi que a decisão de voltar a correr, ainda mais uma prova tão bonita como a Meia do Rio, foi mais do que acertada. O clima de camaradagem e festa era contagiante. No meio de tanta gente, eis que encontro um amigo meu que trabalhou comigo na Tema, o famoso Daniel "butterfly" Bezerra, mundo pequeno mesmo hein! A espera da largada que seria as 9h da manhã (culpa da Globo, depois eu explico), o céu que estava com umas poucas nuvens, foi clareando e o astro Rei foi logo mostrando sua cara. Putz! minha primeira meia seria mesmo com sol na moleira, mas como dizem: "já que se está na chuva, melhor se molhar" né? quer dizer, se queimar, rsrsrs. Já conformado, fui reparando nas figuras que estavam por lá, e posso dizer que o que não falta é diversidade de estilos. Tinha os corredores "techs", cheios de parafernálias como MP3 no braço, podômetro amarrado no tênis e por aí vai... Como não podem faltar, lá estavam também a turma das fantasias, e tem de tudo, podem crer. As que mais me chamaram atenção, foram o homem-planta, com uma roupa coberta de folhagem e a dupla dinâmica, Batman e Robin, saídos de alguma imitação de gibi da DC Comics, apesar que estavam mais para o seriado protagonizado por Adam West.
Ouço o locutor iniciar a contagem regressiva para a largada, 10, 9, 8...3, 2, 1 e dá-lhe buzinasso anunciado a largada. Foi uma festa linda, a galera gritando, cantando, alguns chorando (confesso, tive que me segurar nessa hora), todos "correndo" em direção a largada. Quase 14mil atletas dividindo um único sonho, completar a prova. Demorei um pouco mais que 7 minutos para ultrapassar a linha de largada, pois o "correndo" na verdade é impossível para o povão que vem de trás, já que se afunila na largada por conta do tapete-sensor para registrar o a passagem do chip que lhe garantirá a tomada de tempo ao final da prova.
Animado com o cenário da praia de São conrado, deixei que o "Borboleta" fosse a frente, pois vi que estava mais condicionado do que eu, e que se tentasse acompanhá-lo, não chegaria nem no meio da Av. Nimeyer.
CATZO!!! O que é a Nimeyer? vou parar por aqui e voltar em outro post, pois só a Niemeyer foi uma aventura para mim, e com certeza o lugar onde mais descobri sobre mim mesmo... do que eu realmente sou feito...